Abre parênteses.
Nunca em minha vida recebi tantos telefonemas de editoras interessadas numa música minha - com cacofonia e tudo. Todas me faziam propostas excelentes. Claro, a música estava classificada para o festival da Rede Globo, a maior emissora de TV do país. Seria apresentada, gravada em disco e tocada ad nauseum, "ad vomitum", ou seja, até enjoar. A editora, por conseguinte, faturaria. Cobras e Lagartos interessava; e muito!
Ingenuamente, preferi a pior proposta. A verdade é que nunca tive bom tino para os negócios. É um problema familiar, genético: todos somos péssimos negociantes. E, por conseguinte, além de burros, pobres.
Então, a Editora Irmãos Vitale, pagando um quarto do que me ofereceram outras editoras, imprimiu a peça, na sua versão para coro. Esta foi uma exigência idiota minha. A editora mal distribuiu a partitura. Tenho a peça editada. Mas, quando preciso enviá-la para algum lugar, sou obrigado a tirar uma fotocópia, um xerox, pois a partitura dificilmente pode ser encontrada em alguma loja de música. Aliás, é difícil acreditar que esteve um dia.
Fecha parênteses.
Este texto estava indo para a impressão quando foi noticiado que um regente no sul comprou a partitura em uma loja de música! Impressionante!!!
Agora, fecha, de fato, parênteses.