Antes da final, o coral fez apresentações em programas da Globo - Fantástico - e um especial na TV; parece-me que Globo de Ouro, ou qualquer coisa assim. Não me lembro de outras apresentações televisivas que, certamente, devem ter existido. Agora, a apresentação final foi um horror. O Maracanãzinho é o lugar menos apropriado para espetáculos de música. Ainda mais para um coral com trinta integrantes. O estádio parece um sino de tanta reverberação. A organização do festival não teve muito cuidado com o coral. Para o festival, na sua finalíssima, houve um extremo cuidado com a imagem a ser transmitida, mas não com o som. Para vocês terem uma idéia, os apresentadores da final eram ótimos: a linda e talentosa atriz, Cristiane Torloni e o excelente locutor Marcos Hummel. Mas, ambos já estavam um pouco roucos ao apresentarem Cobras e Lagartos, décima ou décima primeira concorrente, não me lembro bem. E, no palco, não havia microfones o suficiente para todos os cantores. Eles procuraram se acomodar da melhor maneira possível. Não tinha sido assim no Teatro Fênix. Mas, assim foi no Maracanãzinho. Ainda por cima, o "retorno" de som estava péssimo. Ninguém se ouvia e cada cantor fazia o que era possível. A orquestra atravessou completamente. Acho que também não escutavam o coral. E todos lutaram bravamente para chegar ao final da música, juntos, pelo menos.
Ao terminar, claro, muitas vaias e alguns aplausos tímidos. Porém, mais uma vez, o júri, o mesmo do Teatro Fênix, premiou a apresentação do coral com um trofeu que dizia assim: "Melhor trabalho criativo no MPB Shell 81", recebido, igualmente, com mais vaias. Também teve uma graninha, gastada rapidamente num chope pela turma. O trofeu ficou com o Marcos Leite. Mas, não por muito tempo. De qualidade material duvidosa, quebrou-se, sozinho, por inteiro. Seu destino parece-me que foi a lata de lixo.
De qualquer modo, valeu a experiência. Quantos de vocês que lêem estas linhas podem dizer que, um dia em suas vidas, cantaram, em coro, dentro de um enorme sino?